Ética e People Analytics | Com o passar do tempo, cada vez mais a tecnologia se transforma e oferece uma série de novas ferramentas para as pessoas e as empresas. Com isso, quando falamos em people analytics, cada vez mais dados podem ser coletados sobre os funcionários, não só em quantidade, mas além de dados como idade, gênero, tempo de empresa, é possível medir por exemplo, as ações realizadas no computador em tempo real e até as sensações e sentimentos.
Como vimos no artigo anterior, todas essas informações podem ser aliadas para a Gestão de Pessoas, desde que aplicadas de forma correta e aqui, não estamos falando somente dos processos, mas do cuidado e respeito às pessoas que serão objeto de análise do people analytics.
A empresa tem bastante clareza do objetivo e do valor dos dados que coleta, porém, muitas vezes esquece de comunicar aos funcionários o que está sendo medido e como essas informações estão sendo coletadas. E esse é o primeiro passo para que o projeto tenha sucesso ou fracasso. Afinal, é sempre importante lembrar que a base de todo bom relacionamento com pessoas é a confiança, e que para conquistá-la é preciso muita transparência na comunicação.
As pessoas precisam ser envolvidas no processo desde o início. Precisam saber o que é o people analytics, porque a empresa está adotando esta prática, o que a empresa vai medir, através de quais meios as informações serão coletadas, quais ações decorrerão da coleta de dados e com qual objetivo a prática está sendo adotada.
As pessoas precisam estar engajadas no processo, e para isso é preciso ter o consentimento delas para a coleta dos dados. Criar uma estratégia para adesão ao programa e ter toda a documentação necessária para coleta de informações
é de extrema importância, e isso tudo deve acontecer às claras. Nada de letras miúdas no rodapé de documentos! Ter um bom apoio jurídico, especialmente com a nova Lei Geral de Proteção de Dados, garante a proteção dos dados das pessoas e traz ainda mais confiabilidade no processo.
People Analytics deve ser visto como mais uma ferramenta capaz de ajudar os gestores na tomada de decisão para transformar o ambiente de trabalho de forma positiva, conferindo qualidade de vida e satisfação aos trabalhadores, e não como um uma forma de espionar os funcionários, causando insegurança e medo. Contudo, isso somente acontecerá a partir do cuidado com o monitoramento excessivo, a comunicação transparente e postura e atitudes éticas assumidas pela companhia.
*Este texto foi escrito pela equipe da Impulso Consult. Fique à vontade para compartilhá-lo, não se esquecendo de incluir os créditos ao autor.