Inspirados pelo vídeo1 do John Doerr que recomendamos no último sábado nas nossas redes sociais, neste e nos próximos posts aqui no Blog da Impulso vamos falar sobre definição de objetivos, metas, plano de ação e avaliação de resultados.
Assim como John Doerr, aqui na Impulso temos uma admiração imensa por empreendedores, e por isso somos focados em soluções de gestão para pequenas e médias empresas. Grande parte da nossa admiração vem do fato de que empreendedores geralmente tem paixão por ideias inovadoras, e é essa paixão que os faz buscarem produzir sempre mais e melhor, sempre com um brilho nos olhos e uma energia que parece que não tem fim. Isso é o que nos move e nos inspira.
No livro “MEASURE WHAT MATTERS”2 escrito pelo John Doerr, o autor menciona que Larry Page e Sergey Brin, ambos fundadores do Google, eram visionários com uma extrema energia empreendedora, mas lhes faltava experiência gerencial, assim como ocorria com uma parte dos empreendedores com os quais ele havia trabalhado, além de ter visto um bom número de empresas terem problemas quando decidiam crescer e escalar seus negócios. É possível que nesse ponto você tenha encontrado algo em comum entre você, a sua empresa, o Google e a percepção do John, certo?
Com base na experiência de trabalho com empreendedores, John Doerr reforçou o mantra já dito por Andy Grove, ex-executivo da Intel, de que “Ideias são fáceis. Execução é tudo”. E para garantir que a execução aconteça da melhor forma, ele tem propagado ao longo dos anos a metodologia conhecida como OKR [Objectives and Key Results – em português Objetivos e Resultados Chaves].
OKR é um protocolo colaborativo para empresas, equipes e indivíduos, e tem como objetivo ajudar a canalizar corretamente os esforços e recursos para o atingimento do PROPÓSITO da empresa [ou de organizações diversas e pessoas].
Dentro da metodologia OKR, aplicada por anos em empresas como Intel, Google, Dropbox, Spotify, BMW, Samsung, MyFitnessPal, Gates Foundation, ONE [organização gerida por Bono Vox] e outras grandes empresas ao redor do mundo, há algumas definições importantes que nos guiam para entender como perseguir nossos PROPÓSITOS de forma mais assertiva, tais como:
Objetivos: são tão somente O QUE se quer atingir. Devem ser significativos, concretos, orientados por ações e preferencialmente aspiracionais3. Os objetivos precisam ser sobretudo específicos e desafiadores. Sendo específicos eles nos são claros e fáceis de entender. Sendo desafiadores, nos induzem a colocar nossos melhores esforços para atingir.
Resultados Chaves: é sobre COMO os objetivos serão atingidos. Estes devem conter metas muito acuradas, passíveis de serem executados em um espaço de tempo determinado, agressivos [porém realistas], mensuráveis e verificáveis. Segundo Marissa Meyer, ex-CEO do Yahoo!, ainda que você tenha um plano para atingir seus objetivos, eles só podem ser chamados de KR [Key Results ou Resultados Chaves] se você puder atribuir a eles um número [que podem prazos, quantidades, valores e afins].
Até aqui, falando de Objetivos e Resultados Chaves, parece que não temos nada novo, certo? Considerando essas definições, você consegue identificar rapidamente quais são seus objetivos e resultados chaves, tanto pessoal quanto profissional?
A metodologia criada por Andy Grove e amplamente propagada pelo John Doerr talvez não traga nada muito diferente do que conhecemos hoje sobre objetivos e metas. Contudo, a grande diferença está na PRECISÃO na hora de EXECUTAR a metodologia. A pergunta chave aqui é “o que precisa ser feito para atingirmos os objetivos e quem estará envolvido?”. Com isso em mente passamos a considerar que para o sucesso de qualquer estratégia é necessário se atentar também para TRABALHO EM EQUIPE, COMUNICAÇÃO, TRANSPARÊNCIA e LIDERANÇA [temas que trataremos aqui no Blog em breve].
Os objetivos que impomos para nossos negócios e para nossas vidas devem estar muito claros, para nós e para todos à nossa volta. Na nossa vida isso inclui nossos cônjuges, companheiros, filhos e familiares, e nas empresas isso deve incluir diretores, gestores e todos os times de todas as áreas. Parece simples, certo? Façamos um exercício rápido: [1] se você tem uma empresa, você sabe qual o objetivo de cada um dos seus gerentes? Estes objetivos estão escritos? Você e eles responderiam exatamente com as mesmas palavras? [2] se você trabalha em uma empresa, você sabe qual o objetivo do seu gerente? Sabe dizer o motivo pelo qual ele te pede para seguir um plano de trabalho? Se todos tem respostas positivas para essas perguntas, com certeza vocês pertencem a times engajados. Se você teve dúvidas sobre alguma dessas questões, pode ser que alcançar os objetivos seja mais duro para vocês. Por exemplo: você já viu um atleta vencer provas depois de ser treinado por um treinador que não sabia quais provas o atleta faria ao longo da temporada? Pode até ser que ocorra, mas é bem improvável. Não dá para, sendo um time, o atleta ter uma meta e o treinador não saber exatamente o que precisa ser feito. Nas empresas funciona exatamente igual.
Para ilustrar as tratativas sobre objetivos e resultados chaves podemos usar o exemplo hipotético da “Assessoria Esportiva de Pingue-Pongue”, que tem como PROPÓSITO promover saúde através da prática de esportes e como OBJETIVO ser líder na classificação de atletas amadores competindo no circuito mundial de pingue-pongue até 2020. Para que esse propósito seja atingido treinadores e atletas precisam ser envolvidos, junto com os fisioterapeutas, nutricionistas e preparadores físicos, porque é esperado que todos tenham OBJETIVOS de trabalho individuais [cada um é especialista em uma área] e METAS e PLANOS DE AÇÃO que visem preparar os atletas para terem a melhor performance ao longo dos anos. Desta forma eles atingem o objetivo da assessoria [preparar os atletas] e dão mais um passo para realizar o seu propósito [promover saúde]. Sendo assim, os objetivos de todas as áreas devem ser criteriosamente definidos de forma CONVERGENTE, isto é, todos os envolvidos precisam saber o que os outros estão fazendo, de forma com que cada um possa COMPLEMENTAR a ação do outro. Isso faz com que tudo funcione de forma verdadeiramente colaborativa, assertiva, ágil, mais eficiente nos usos dos recursos e obviamente gere resultados mais satisfatórios.
Agora parece um pouco mais complexo, certo? Isso porque é necessário considerar cada detalhe na hora de definir os objetivos e resultados chaves. Mas não se preocupe, pois nos próximos posts vamos mostrar como cuidar desses detalhes, dar exemplos de como fazemos isso no nosso dia-a-dia e ajudar vocês a construírem os seus OKR de forma consistente e eficaz.
1 Vídeo disponível em https://www.ted.com/talks/john_doerr_why_the_secret_to_success_is_setting_the_right_goals
2 Livro disponível em português com o título “Avalie o que Importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates Sacudiram o Mundo com os OKRs”.
Mais informações sobre OKR estão disponíveis em https://www.whatmatters.com/
3 Aspiracional: que representa ou está associado a algo que seja atrativo e que as pessoas anseiem por ser, ter ou fazer.
*Este texto foi escrito pela equipe da Impulso Consultoria. Fique à vontade para compartilhá-lo, não se esquecendo de incluir os créditos ao autor.